terça-feira, 31 de julho de 2007

. peraí, o que está acontecendo? .


O que a morte está querendo dizer, hein?
Anda decepcionada com o cinema e nos castiga matando os melhores pra ver se acorda o povo?
Meu luto continua. E cada vez mais impressionada.

segunda-feira, 30 de julho de 2007

. essa tal morte que tanto me abate .



E que ganha mais uma partida de xadrez.


quarta-feira, 18 de julho de 2007

. medir proporção? .

Tudo o mais me parece tão pequeno. Essa tragédia aérea tem redimencionado um horror de coisas na minha cabeça. Preciso parar de buscar informações sobre isso. Só não consigo.

A cada dia que passa somos alertados sobre a transitoriedade da vida. Estamos aqui agora e é só isso que podemos garantir. Nunca fui muito de planejar nada, costumo dizer que vivo o hoje e nele eu invisto. E hoje, mais do que nunca, preciso me conscientizar também a não adiar nada. Não deixar para 'o' depois; ele não é uma certeza. Isso é louco.

Aliás, aproveito para comentar algo também muito louco - pelo menos pra mim: esses perfis no Orkut. Eles ficarão lá, não é mesmo? Pelo menos para as vítimas que não compartilharam suas senhas com alguém. Imaginemos, então, familiares e amigos tendo que lidar com esse perfil inalterado, dando uma idéia de que o 'querido' ainda está entre eles. Mantendo a mémoria mais que viva de mínimos detalhes. Daquilo que as próprias vítimas desejavam mostrar sobre elas.

Em toda sociedade há maneiras de lidar com os mortos. E para nós, mesmo culturalmente ajustados no lidar com a perda, é sempre um processo doído. Penso, então, nessa sociedade virtual, como o Orkut, da qual nós, brasileiros, parecemos estar tão habituados. Como uma característica da rede é nos permitir 'ter' tudo mais próximos de nós, será preciso encontrar maneiras de lidar também com essa proximidade da dor.

terça-feira, 10 de julho de 2007

Comprar roupa daria mais prazer se não precisássemos lidar com vendedores. Essa galera não entende a necessidade de equacionar preço, prazo, qualidade, relevância, combinações possíveis e caimento. Só pensam na meta que precisam bater no final do mês para garantir as baladas - porque, pra mim, não há maior baladeiro do que vendedor de shopping. Com trófeu para aqueles que não levam o mínimo jeito pra coisa. Os que espantam até mesmo quem acaba de encontrar a peça-chave que há tempos viu num catálogo qualquer e não conseguiu esquecer.

Entendo a frustração da cidadã ter descido metade da loja e eu ainda achar que meu quadril está largo demais naquela calça da moda, mas não precisa levar isso pro pessoal. Um exercício bom - nesse caso e pra quase tudo, na minha opinião - é tentar se colocar no lugar do outro. Aposto que a mocinha lá também teria bom senso na hora de usar o seu dinheiro. Aliás, abrir mão da persuasão velada e tentar ser simpático, criar um clima agradável e procurar ser o mais natural possível, sem aqueles elogios forçados e informações sobre a pechincha diante dos nossos olhos, surtiria muito mais efeito.

Ou, ao invés disso tudo e passando por cima daquilo outro, bastaria ter os olhinhos azuis e o sorriso do moço que me atendeu outro dia.

sexta-feira, 6 de julho de 2007

. 3 .

Passei meses me preparando para enfrentar o dia. O que fazer? O que dizer? Dizer alguma coisa? Devo?
Nesse meio tempo o dia foi embora. E eu sem saber nada dele.
Não adiantou fugir, fingir que era um dia normal. Isso hoje me afeta infinitamente mais do que se tivesse arriscado.

O que me consola é imaginar que o dia passou melhor sem mim. E a felicidade que eu desejo mesmo de longe e sem notícias vale pra cada um deles sempre. Sempre foi assim desde que comecei a contá-los. Será sempre assim mesmo à distância.

Eu carrego a responsável por esse dia.

quarta-feira, 4 de julho de 2007

.oferta x procura.


Como leganda, o link para o "desabafo-inspiração" do ilustrador:
(é preciso login e senha para assinantes do uol - dá um jeito aí, pede do vizinho, sei lá!)

.sem audiência.

tá, tá bom, joguei a culpa pelo abandono na falta física de um computador. até colaria, claro, faz sentido.
mas não, eu não me calo, não tem jeito. mesmo não desembuchando tantos motivos pessoais clássicos, solto só insinuações em tom de desabafo, que já alivia um bocado.
na verdade, na verdade mesmo, é que trato de realidades triviais por demais, que já não servem nem pra me entreter, que dirá a vocês.

por isso, poupo-vos.